Asbran publica parecer sobre Jejum Intermitente
A equipe de pareceristas da Associação Brasileira de Nutrição – ASBRAN, após ampla análise, publicou documento em que faz recomendações importantes quanto à prática e recomendação do Jejum Intermitente, padrão alimentar no qual o indivíduo se submete de forma voluntária a períodos de privação de alimentos, com reduzida ou nenhuma ingestão energética, intercalados por períodos de ingestão normal de alimentos e bebidas.
O parecer considera que as alegações para a utilização de tal padrão ainda são insuficientes para sua recomendação por nutricionistas, especialmente porque as condutas relacionadas a esta prática têm sido baseadas em estudos realizados com animais e a partir de dados observacionais do jejum religioso. Os resultados obtidos são advindos de estudos experimentais com amostra reduzida, o que não é suficiente para sustentar com segurança essa prática em seres humanos.
Sobre o Jejum Intermitente – O Jejum Intermitente ganhou manchetes há algum tempo como mais uma dieta eficiente para emagrecer, sendo incentivado com base em estudos não conclusivos. No ano passado, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apresentaram no Congresso da Sociedade Europeia de Endocrinologia trabalho mostrando que dietas de jejum intermitente, especialmente a do tipo 5:2, podem aumentar o risco de diabetes tipo 2.
“Há estudos em humanos e em animais mostrando benefícios, como efeitos neuroprotetores, enquanto outras pesquisas mostram exatamente o contrário: efeitos neurotóxicos”, alerta uma das pesquisadoras da USP, Ana Cláudia Bonassa.
De fato não há consenso entre a comunidade científica sobre o Jejum Intermitente e para a Asbran é preciso muita cautela.
“São necessários ensaios clínicos controlados randomizados, especialmente de longo prazo e envolvendo humanos, sob JI versus dietas convencionais de restrição calórica contínua (RCC) que permitam comprovar a eficácia dos efeitos na saúde atribuídos ao JI, bem como as demais repercussões à saúde, sobretudo seus potenciais efeitos adversos. Esses ensaios devem possuir protocolos consensualmente definidos para suportar a adoção do JI como alternativa terapêutica para as diversas situações”, adverte o Parecer Técnico.
Para acessar o parecer técnico na íntegra, acesse este link: http://www.asbran.org.br/arquivos/parecerTecnicoJI.pdf
Publicado originalmente no site da Asbran