Alimentação no inverno

Alimentação no inverno

O período do inverno, que compreende o período de 21 de junho a 22 de setembro é caracterizado com a estação com mais baixas temperaturas. É muito comum ouvirmos pessoas manifestarem suas preferências pelas estações do ano: alguns gostam mais do inverno e comemoram quando chega o frio, outros, entretanto, ficam mais tristes e recolhidos nos dias do inverno, pois preferem os dias quentes do verão.

 

Entretanto, independentemente das preferências pessoais, que são naturais e saudáveis, todos concordam que o organismo sofre impactos com as alterações de temperatura e que isso altera na nossa forma de se comportar e de se alimentar.

 

Apesar de não haver recomendações alimentares específicas para cada estação, visto que a alimentação saudável é aquela que contempla alimentos em qualidade e quantidade adequada a cada organismo, respeitando as dimensões culturais e sociais das práticas alimentares, algumas dicas podem ajudar a identificar sinais no nosso comportamento e direcionar para escolhas que nos ajudam a aproveitar o potencial máximo da alimentação neste período.

 

Nos dias frios, um mecanismo fisiológico de controle de temperatura faz com que o organismo produza uma sensação de fome maior, para garantir a oferta de energia para manutenção da temperatura corporal ao longo do dia. Por isso, é tão natural sentirmos mais fome e buscarmos alimentos mais calóricos como bebidas quentes cremosas e açucaradas, queijos, sopas quentes. Por outro lado, nos dias frios, é comum deixar de consumir alimentos mais refrescantes como frutas frescas e saladas. É importante ficarmos atentos para manter o equilíbrio, buscando fazer o consumo de frutas e verduras in natura e aproveitar receitas culinárias que utilizem esses alimentos na preparação.

 

É importante procurar manter o consumo de frutas frescas disponíveis nessa época e aproveitar para fazer preparações como tortas ou bolos de frutas como maçã, morango, pera, banana, abacaxi, entre outras.  Além disso, possível incluir frutas secas (uva passa, banana, damasco, figo) e sementes e oleaginosas para suprir a necessidade de energia, bem como de vitaminas e minerais.

 

Já verduras e legumes, além das saladas, podem estar presentes em preparações como tortas salgadas (abobrinha, escarola, brócolis), suflês, sopas, cremes e caldos. No caso de sopas, cremes e caldos, dar preferência para aqueles que preparados com hortaliças e legumes ou, ainda, os preparados com base de leguminosas como feijões, ervilha, lentilha. Para incrementar, pode acrescentar alimentos fonte de proteína animal como frango, músculo bovino e até caldo de peixe. Alguns exemplos clássicos que são sempre uma inspiração: canja de galinha, minestrone, sopa de letrinhas, caldo verde, caldinho de feijão, sopa de legumes, capeletti in brodo. Para isso, prefira sempre as sopas e temperos frescos e naturais, evitando as ultraprocessadas.

 

Lembre-se, mesmo no inverno, a regra de ouro do Guia Alimentar para a População Brasileira, continua valendo: “prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados”.

 

Outro ponto de atenção é sobre a hidratação. Mesmo nos dias frios é necessário manter a ingestão de água e líquidos fundamentais para o funcionamento do organismo. Apesar de menor sensação de sede nos dias frios, o organismo precisa manter a hidratação adequada. A redução desse sinal (sede) muitas vezes, faz com que as pessoas ingiram menos água do que é necessário e acabam se colocando em riscos de desidratação. Assim, é necessário ficar atento à quantidade de água ingerida por dia e aproveitar para beber os chás quentinhos que, além de hidratar, ajudam a manter o corpo aquecido. É importante variar e aproveitar o sabor dos chás e a enorme diversidade de sabores disponíveis, evitando colocar o açúcar de adição.

 

No inverno, é comum que as pessoas fiquem mais recolhidas, buscando atividades mais sedentárias como, assistir a filmes ou ler livros debaixo das cobertas e acabam reduzindo as atividades físicas corriqueiras. Neste inverno, que tal aproveitar para praticar os 10 passos para uma alimentação saudável, especialmente no que se refere a “desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias”, no ambiente gostoso e aquecido que é a cozinha?

 

 

Por Irene Cutinho, Nutricionista e conselheira do CRN-3

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